O governo de Luiz Inácio Lula da Silva destinou mais de R$700 milhões em emendas parlamentares em um único dia, quase o dobro do valor distribuído pelo Planalto em quatro meses.
Com a disponibilização desses recursos, Lula busca acalmar sua base e construir uma estabilidade no Legislativo.
De acordo com uma reportagem do jornal O Globo publicada hoje, 11 de maio, o investimento beneficiou principalmente os principais partidos aliados do presidente.
Segundo a pesquisa, a maior parte dos recursos foi destinada ao PSD (R$143 milhões), seguido pelo PT (R$136 milhões), MDB (R$91 milhões) e União Brasil (R$75 milhões).
Com esses recursos empenhados para deputados e senadores, o governo federal espera assegurar a votação da regra fiscal no Congresso, já que Lula acumula derrotas até agora e precisa assegurar o apoio dos aliados.
O governo já indicou que deve investir mais dinheiro em seus aliados. Pelo menos R$9 bilhões de emendas de relator negociadas no ano passado estão na conta do Planalto.
Esse recurso, classificado por Lula durante a campanha como “orçamento secreto” e duramente criticado pelo petista, também será usado para reorganizar a base, já que Lula ordenou que os ministros começassem a liberar o dinheiro para os parlamentares.
Embora o mecanismo das emendas de relator tenha sido declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal por falta de transparência, o Palácio do Planalto não colocou em prática nenhum procedimento que dê transparência à negociação.
As verbas serão liberadas pelos ministérios das Cidades e da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional.